domingo, 27 de março de 2011

Capitalismo

Sistema econômico, político e social no qual os agentes econômicos (empresários), proprietários dos meios de produção permitem que esta produção seja comercializada num mercado, onde as transações são de natureza monetária.

Baseia-se em princípios como: 

* Propriedade privada dos meios de produção. 

 * A transformação das força de trabalho em mercadoria.
* A acumulação do capital . [O lucro é a diferença entre o custo de produção e o preço de venda do produto.

* A definição de preços é feita pelo mercado, com base na oferta e na procura

*A livre concorrência.

Origens:
Encontramos a origem do sistema capitalista na passagem da Idade Média para a Idade Moderna. Com o renascimento urbano e comercial dos séculos XIII e XIV, surgiu na Europa uma nova classe social : a burguesia. Esta nova classe social buscava o lucro através de atividades comerciais.
Fases:
         Primeira Fase : Capitalismo Comercial ou Pré-Capitalismo
Este período estende-se do século XVI ao XVIII. Inicia-se com as Grandes Navegações e Expansões Marítimas Européias, fase em que a burguesia mercante começa a buscar riquezas em outras terras fora da Europa.

     Segunda Fase : Capitalismo Industrial

No século XVIII, a Europa passa por uma mudança significativa no que se refere ao sistema de produção. A Revolução Industrial, fortalece o sistema capitalista e solidifica suas raízes na Europa e em outras regiões do mundo.

·         Primeiro estágio da era industrial: século XVIII
      Tecnologias que introduziram a máquina a vapor;
             Sistema de produção fabril com o padrão têxtil;

             Energia carbonífera;

·         Segunda revolução industrial: final do século XIX
             Transformação do ferro em aço;

      Substituição do vapor pela eletricidade;
      Utilização do petróleo como combustível,
      Principal ramo no século XX: a indústria automobilística;

·         Terceira revolução industrial ou tecnocientífica: década de 1970 do século XX          
Surgimento da microeletrônica, da transmissão de informação, a automação e a robotização dos processos produtivos.



As indústrias, utilizando máquinas à vapor, espalharam-se rapidamente pelos quatro cantos da Europa. O capitalismo ganhava um novo formato. Muitos países europeus, no século XIX, começaram a incluir a Ásia e a África dentro deste sistema. Estes dois continentes foram explorados pelos europeus, dentro de um contexto conhecido como neocolonialismo.
O subdesenvolvimento é o produto da má utilização dos recursos naturais e humanos realizada de forma a não conduzir à expansão econômica e a impedir as mudanças sociais indispensáveis ao processo da integração dos grupos humanos subdesenvolvidos dentro de um sistema econômico integrado. Circunstâncias históricas desfavoráveis, principalmente o colonialismo político e econômico manteve os chamados países do Terceiro Mundo à margem do processo da economia mundial em rápida evolução.
Terceira Fase : Capitalismo Monopolista-Financeiro
Iniciada no século XX, esta fase vai ter no sistema bancário, nas grandes corporações financeiras e no mercado globalizado as molas mestras de desenvolvimento. Podemos dizer que este período está em pleno funcionamento até os dias de hoje.





Decadência do Feudalismo


A crise do feudalismo trouxe um conjunto diverso de transformações ao mundo medieval.

A crise do feudalismo é um processo de longa duração que conta com uma série de fatores determinantes. Entre outros pontos, podemos destacar que a mudança nas relações econômicas foi de grande importância para que as práticas e regras que regulavam o interior dos feudos sofressem significativas transformações. Essa nova configuração econômica, pouco a pouco, influiu na transformação nos laços sociais e nas idéias que sustentavam aquele tipo de ordenação presente em toda a Europa.
O processo de decadência do sistema feudal tem origem nas próprias contradições inerentes a qualquer modo de produção. No século XI, com a necessidade de aumentar a produção de alimentos, os senhores feudais aumentaram a exploração sobre os servos, que iniciaram uma série de revoltas e fugas, agravando a crise já existente.

As cruzadas entre os séculos XI e XIII representaram um outro revés para o feudalismo, já que Jerusalém não foi reconquistada pelos cristãos e o cristianismo não foi reunificado, com as igrejas Católica Romana e Ortodoxa permanecendo separadas. A reabertura da navegação no Mediterrâneo entre Oriente e Ocidente (principal desdobramento das Cruzadas), resultou no crescimento de relações econômicas mais dinâmicas, representadas pelo Renascimento Comercial e Urbano.

O trinômio "guerra, peste e fome", que marcou o século XIV, afetou tanto o feudalismo decadente, como o capitalismo nascente. A Guerra dos Cem Anos (1337-1453) entre França e Inglaterra devastou várias regiões da Europa, enquanto que a "peste negra" eliminou cerca de 1/3 da população européia. A destruição dos campos, devastando plantações e rebanhos, trouxe a fome e a morte.

Nesse contexto de transição do feudalismo para o capitalismo (passagem da Idade Média para Moderna), além do desenvolvimento do comércio monetário, notamos transformações sociais, com a projeção da burguesia, políticas com a formação das monarquias nacionais, culturais com o antropocentrismo e racionalismo renascentistas, e até religiosas com a Reforma Protestante e a Contra Reforma. Nota-se ainda, o início do processo de expansão ultramarina, que abrirá os horizontes comerciais para os Estados europeus fortalecendo tanto a burguesia como os monarcas absolutistas.

sexta-feira, 11 de março de 2011

O fim do império Romano do Ocidente e o início da Idade Média


Olá turma, aí está uma contribuição para os seus estudos.

Estamos estudando um capítulo muito interessante da História, cujo tema é a Europa Medieval. Vimos em aulas anteriores que o Império Romano do Ocidente foi destruído após ser invadido pelos germanos, os quais eram chamados pelos romanos de bárbaros, povos que viviam em regiões da Europa Oriental. Observe o mapa abaixo e veja como ocorreram estas invasões.







Como você pode observar, os germanos se organizavam em diferentes grupos e cada um deles ocupou uma parte da Europa, onde antes, existia o Império Romano do Ocidente. Estas invasões puseram fim ao Império Romano do Ocidente,mas também marcaram o início de um novo período histórico denominado Idade Média ( séc. V - séc. XV).

A Idade Média foi marcada por profundas transformações, pois uma nova cultura surgiu, devido a fusão entre a cultura dos povos germânicos com a cultura romana. Esta nova cultura sofreu forte influência da religião Católica.
Durante as invasões bárbaras, os habitantes das cidades do Império Romano do Ocidente buscaram proteção nas propriedades rurais dos Patrícios. Com a fuga da maior parte das pessoas para o campo, ocorreu uma ruralização da sociedade, dando origem ao feudalismo.


O Feudalismo foi um tipo de organização política, social e econômica que caracterizou a Europa em boa parte da Idade Média.

A sociedade feudal era composta de três grupos principais:o clero, a nobreza e os camponeses (servos), e cada grupo tinha um papel específico na sociedade.

Assim, cabia ao clero rezar e assegurar a salvação; cabia a nobreza lutar e defender a população; e cabia ao camponês trabalhar para o sustento de todos.

Os cavaleiros nobres – senhores feudais- firmavam um contrato de vassalagem, que consistia num juramento de fidelidade entre suseranos e vassalos, onde os suseranos concediam o direito a um pedaço de terra (feudo) ao vassalo, e este jurava protegê-lo militarmente.



 

A sociedade na Idade Média estava dividida em estados, estamentos ou ordens. Estas divisões são assim chamadas pelo fato de que não há mobilidade social: se você nasce numa destas camadas, não importa o que aconteça com você ao longo da vida. Enriquecenr ou empobrecer, não vai fazer com que você pertença a outro grupo social. A posição social do indivíduo, então, numa sociedade estamental, é determinada pelo seu nascimento. Visualmente, fica assim:



Ou, mais simplesmente, assim:




A Igreja era a instituição mais poderosa da Idade Média. Economicamente, detinha 1/3 das terras européias. Na Idade Média, a terra era o bem mais valioso – veremos porque em seguida. Assim, podemos dizer que a Igreja era a instituição mais rica da Idade Média.





Outro fator que conferia poder à Igreja era a dominação cultural: a religião era fundamental em todos os aspectos das vidas das pessoas. Todos os ensinamentos e explicações para os fatos eram retirados da Bíblia, mas não pelas pessoas comuns, e nem mesmo pelos nobres. Isto aconteceu porque a maioria da população era analfabeta, e dependia dos padres para ler e interpretar os ensinamentos da Bíblia. Assim, verdade ou mentira, o que eles diziam que era, virava a coisa certa a fazer ou a pensar. Por isto se diz que a Igreja tinha o domínio cultural e ideológico na Idade Média.

A ideologia mais importante veiculada pela Igreja era a ideologia das 3 ordens, e foi proferida pelo bispo Adalberto de Laon. Ele dizia que a vontade de Deus era que a sociedade fosse dividida em 3 grupos: os que oram, os que guerreiam e os que trabalham. Estes 3 grupos coincidiam com os 3 grupos sociais que já vimos, da seguinte forma:
 


Deste modo, o único grupo que trabalhava era do 3º estado. Os demais (1º e 2º estados), tinham o direito, dado por Deus, de receber o fruto da produção do suor do trabalho do 3º estado.

A ideologia das 3 ordens, veiculada pela Igreja, acabava justificando a super exploração dos senhores feudais sobre os seus camponeses. O feudalismo tem este nome por ser um sistema que funciona à base de feudos.
Feudos são benefícios, ou privilégios concedidos a um nobre. O feudo mais precioso era a terra: da posse da terra os nobres retiravam vários outros benefícios.
Vejamos um esquema de um feudo:



 
- Terras ou mansos senhoriais: destinadas à produção para os senhores feudais;
- Terras ou mansos servis: destinada à produção dos servos (camponeses);
- Terras de uso comum: pastos e bosques.

O camponês era muito explorado: como vimos, os nobres senhores feudais, segundo a “vontade de Deus”, não trabalhavam, pois a sua função era fazer a guerra e proteger os demais. Então, quem trabalhava nos mansos senhoriais? Os camponeses. Eles tinham um acordo com os senhores feudais: alguns dias da semana cultivavam nas terras dos senhores (mansos senhoriais), em troca recebiam um pedaço de terra – mansos servis – para cultivarem também. A produção total recolhida pelo servo, ao final, ficava assim:

- tudo o que era produzido nos mansos senhoriais ia para o senhor; este pagamento era denominado “corvéia”; de 3 a 4 dias por semana, o servo era obrigado a cumprir diversos trabalhos como, por exemplo, fazer a manutenção do castelo, construir um muro, limpar o fosso do castelo, limpar o moinho, etc.

- do que era produzido nos mansos servis, era retirado um percentual (50%) para o senhor esse tributo era chamado de "talha";
- além disso, os servos pagavam dízimos para a Igreja (10% de sua produção);
- os servos pagavam para usar qualquer instrumento do senhor – fornos para assar o pão, e até mesmo o direito de atravessarem pontes – tributos denominados "banalidades".

em resumo: os camponeses viviam aprisionados em dívidas, de tantas taxas a que estavam submetidos. Pagavam mais do que comiam...
Veja o resumo na ilustração abaixo: