sábado, 9 de julho de 2011

Grandes navegações

Olá turma,

Espero que estes textos complementares ajudem no estudo para a prova de terça feira!

Grandes Navegações

 Dentre os acontecimentos que assinalaram a passagem para os tempos modernos, destacam-se, pela profundidade de suas conseqüências, as Grandes Navegações.
Nessa época, os europeus contornaram a África, estabeleceram novas rotas comerciais com o Oriente, circunavegaram o mundo e chegaram às Américas. Reconhecido como o primeiro passo no complexo processo de globalização do planeta, o expansionismo marítimo possibilitou aos europeus o domínio de várias regiões do mundo durante um longo período.

A expansão marítima

De forma geral, podemos dizer que os europeus foram impelidos a empreender as Grandes Navegações por duas razões econômicas: a necessidade de expandir o comércio e de obter grandes quantidades de metais preciosos.
Entretanto, nem só de causas econômicas se faz a história. Havia também naquelas circunstâncias uma influência de outros estímulos pessoais, espírito de aventura e fervor religioso. Na Península Ibérica, por exemplo, disseminou-se a idéia de que, uma vez expulsos os muçulmanos do território, seria preciso propagar a fé cristã por todas as regiões do mundo.
Reunidos esses anseios, o Estado moderno, com sua monarquia fortalecida e unificada, surgiu como instrumento capaz de concretizá-los. Graças ao apoio da burguesia, aos impostos cobrados da população e aos empréstimos contraídos junto aos banqueiros, o rei pôde reunir o capital necessário para financiar as viagens marítimas.

O Atlântico como solução

Já vimos que o comércio , tendo ressurgido na Europa a partir do século XI, vinha crescendo rapidamente, estimulado em grande parte pela abertura do Mediterrâneo e pelo restabelecimento dos contatos com o Oriente, após as Cruzadas. Esse crescimento, que havia sido interrompido em virtude da crise do século XIV, foi retomado em seguida, ainda com mais vigor.
No início do século XV, era intenso o comércio de produtos orientais: as chamadas especiarias – cravo, canela, pimenta – seda e outros artigos. Esses produtos eram trazidos do Oriente pelos árabes até os portos do Mediterrâneo, onde eram comprados, principalmente, pelos mercadores da península Itálica, que os revendiam na Europa. Esse quase monopólio encarecia muito os artigos orientais. Impedidos de efetuar negócios mais lucrativos, os comerciantes de outras regiões começaram a procurar no Atlântico a saída para esse entrave.
Felipe S.S Nakata

A transição da Idade Média para a Idade Moderna

A partir da Segunda metade do século XV, o mundo europeu sofreu grandes transformações políticas, econômicas, sociais e culturais. Estas transformações, que marcam o fim da Idade Média e o início dos Tempos Modernos, trouxeram como conseqüência a expansão comercial européia e levaram aos Descobrimentos Marítimos.
No campo político, houve o fortalecimento e centralização do poder real;
Na economia, o comércio tornou-se mais importante;
Na sociedade, surgiu e se fortaleceu uma nova classe social: a burguesia;
No campo cultural, houve o Renascimento artístico;
Nas ciências, houve o progresso técnico e científico;
No campo religioso, o Cristianismo foi divulgado em outros continentes.
As rotas comerciais que ligavam Europa, Ásia e África tinham como centro de convergência o Mar Mediterrâneo (Península Ibérica)

O Comércio das Especiarias

Especiarias eram produtos raros, vindos principalmente do oriente, que passaram a ser consumidos em larga escala pelos europeus desde a época das Cruzadas (Idade Média). Exemplos: pimentas, canela, cravo, seda, marfim, cânfora, nós moscada, gengibre, alóes, incenso, sândalo, perfumes e produtos aromáticos. Constantinopla, cidade pela qual as especiarias orientais chegavam à Europa, onde eram distribuídas com grandes lucros, pelos navios das repúblicas de Gênova e Veneza, foi conquistada pelos turcos otomanos, em 1453. Importante: O comércio das especiarias do Oriente fez desenvolver o Capitalismo europeu na sua fase mercantilista.
Favoreceram Portugal e Espanha a se lançarem nas Grandes Navegações: a posição geográfica privilegi-ada, a tradição marítima (atividade pesqueira) e a centralização política pioneira, devido à “Reconquista” (luta dos cristãos contra os árabes).
Dois foram os principais ciclos de navegação: leste ou oriental (ciclo dos Portugueses) e oeste ou ocidental (ciclo dos Espanhóis).

Ciclo Português

O ciclo oriental ou português visava a contornar o litoral da África para chegar às Índias (oriente). O grande impulso para os descobrimentos portugueses foi a criação do Centro de Geografia e Náutica, localizado em Sagres (sul de Portugal), pelo Infante Dom Henrique(”O Navegador”). O Estado financiava as pesquisas e reservava para si a exclusividade das viagens. A tomada de Celta, em 1415, no norte da África, marcou o início das conquistas de além-mar.

Ciclo Espanhol

O ciclo ocidental ou espanhol objetivava chegar ao Oriente (Índias) viajando pelo ocidente (”El Ocidente por el poniente”), segundo os planos do navegador Cristóvão Colombo, natural de Gênova (Itália), que acreditava na esfericidade ou redondeza da terra. Recebeu apoio dos “Reis Católicos” que governavam a Espanha: Fernão (rei de Aragão) e Isabel (rainha de Castela). Suas caravelas eram: Santa Maria (nau capitânia), Pinta e Nina.

O Tratado de Tordesilhas

O descobrimento da América quase levou Portugal a declarar guerra á Espanha pois o rei daquele país julgava-se lesado em seus direitos. Para solucionar o problema da partilha (divisão) das terras descobertas, o Papa Alexandre VI, a pedido dos “Reis Católicos”, por intermédio da Bula Intercoetera (1493) estabeleceu os limites das terras entre Portugal e Espanha, através de um meridiano imaginário que seria contado a partir de 100 léguas a oeste das Ilhas de Cabo Verde e Açores, o que não foi aceito por Portugal. Os países ibéricos chegaram a um acordo através do Tratado de Tordesilhas ou de participação do Mar Oceano, assinado em 1494. Ficou estabelecido que as terras e Ilhas a leste do meridiano, a contar de 370 léguas das Ilhas de Cabo Verde, pertenceriam a Portugal e, as que ficassem a oeste da mesma linha, pertenceriam à Espanha.
Conseqüências da expansão marítima e comercial européia:
* surgimento de Impérios Coloniais regidos pela política mercantilista;
* oceano Atlântico passou a ser o principal centro comercial;
* propagaram-se os conhecimentos geográficos e astronômicos e os das ciências naturais;
* baixou o preço de custo das especiarias e drogas;
* surgiram as companhias de comércio;
* a burguesia passou a ter maior importância social e influência política.

O Descobrimento do Brasil

Após o descobrimento do caminho marítimo para as Índias, o rei de Portugal,Dom Manuel I, “O Venturoso”, (da dinastia de Ávis) organizou poderosa esquadra com objetivo de fundar feitorias no Oriente (Calicute). Esta expedição, que foi chefiada pelo fidalgo Pedro Álvares Cabral, senhor de Bel Monte e Alcaide - Mor de Azurara, descobriu o Brasil no dia 22 de abril de 1500.

A Viagem de Cabral

Na viagem, durante a travessia do Atlântico desgarrou-se a nau (barco) de Vasco de Ataíde. O primeiro ponto avistado foi o Monte Pascoal, no dia 22 de abril de 1500. Após o contato inicial amistoso com os índios, a esquadra fundeou na atual baia de Cabrália (”Porto Seguro”). Tendo Gaspar de Lemos retornado a Portugal levando cartas relativas ao descobrimento, a esquadra prosseguiu viagem para as Índias, após deixar no Brasil dois degredados. Denominou-se “Semana de Vera Cruz” ao período em que a esquadra de Cabral esteve no Brasil.
Documentos sobre a descoberta
* Os principais documentos sobre o descobrimento são:
* Carta de Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal Dom Manuel I;
* Carta do Mestre João ao mesmo rei;
* Relação do piloto Anônimo;
* Carta de Dom Manuel I aos reis Católicos.

Nomes dados à terra
Cabral chamou-a de Terra de Vera Cruz, enquanto Caminha denominou-a Ilha de Vera Cruz. O nome Brasil foi devido à abundância de madeira tintorial (Ibirapitanga), que os europeus chamavam de pau-brasil.

A expansão marítima - Resumo

1. Conceito


* Também chamada de Grandes Navegações , foi um movimento que ocorreu na Europa, a partir do séc. XV, quando países europeus – liderados por Portugal e Espanha – lançaram-se na conquista dos mares.

2. Causas

* Catequese: a Igreja Católica desejava conquistar novos fiéis para compensar as perdas na Europa.

* Tecnologias: alguns inventos, como bússola , astrolábio e a caravela tornavam as viagens mais seguras.

* Especiarias : temperos como canela, cravo e pimenta-do-reino custavam caro na Europa e foram uma das principais causas da expansão marítima.

3. Rotas das especiarias

* As rotas mais conhecidas para buscar especiarias eram a rota por terra ou via Mar Mediterrâneo .

* A rota por terra era dominada, geralmente, pelos árabes. Além disso, o percurso era muito grande, o que desestimulava a burguesia.

* A rota pelo Mar Mediterrâneo era dominada pelos italianos – especialmente de Gênova e Veneza.

* Cabia aos portugueses buscar uma rota alternativa. A escolha foi o Oceano Atlântico .

4. Riscos (reais) de navegação
* Além das crenças e superstições da época, os navegadores enfrentavam outras ameaças.

* Problemas como fome, sede, doenças, tédio e tempestades ofereciam perigos reais.

* Desta forma, das embarcações que partiam, poucas retornavam.

5. (Alguns) navegadores portugueses


* Bartolomeu Dias : chegou ao sul da África em 1488, no local denominado Cabo das Tormentas. Este local foi, futuramente, denominado Cabo da Boa Esperança.

* Vasco da Gama : primeiro navegador a atingir a Índia, em 1498. Trouxe um grande carregamento de especiarias.

* Pedro Álvares Cabral : veio ao Brasil, em 1500, antes de seguir até a Índia. A idéia predominante hoje é que esta vinda ao Brasil foi intencional.

6. (Alguns) navegadores espanhóis



* Cristóvão Colombo : era genôves, mas navegou em nome da coroa espanhola. Propôs a chegada na Índia navegando em sentido Oeste, mas acabou alcançando a América, em 1492.

* Fernão de Magalhães : era português, mas navegou pela Espanha. Comandou a expedição que efetuou a primeira circunavegação do planeta, partindo em 1519.

* Hernán Cortés : conquistou o Império Asteca, em 1519, no atual México.

* A Espanha entrou atrasada em relação à Portugal na conquista dos mares, pois estava expulsando os mulçumanos de seu território, na chamada Reconquista .

7. A divisão do mundo...
* Para dividir as terras conquistadas (Novo Mundo) entre Portugal e Espanha, foram criados dois documentos:

* Bula Intercoetera : foi assinada em 1493, pelo papa Alexandre VI, e dividia as novas terras através de um meridiano situado a 100 léguas da ilha de Cabo Verde. Portugal não se beneficiava com esta divisão, e exigiu um novo documento.
* Tratado de Tordesilhas : foi assinado em 1494, por pressões de Portugal. Estabelecia um meridiano situado a 370 léguas a partir da ilha de Cabo Verde.

* Estes documentos foram questionados por outros países europeus que não participaram desta divisão.

Globalização

Entender o espaço mais próximo requer enxergar a influência dos espaços mais distantes. A crise de crédito americana interfere na economia do cidadão brasileiro. As chuvas torrenciais de uma região, que destroem plantações, interferem nos preços do sacolão da sua cidade.
A globalização provoca a constituição de um mapa de exclusão e interfere diretamente na vida cotidiana das pessoas.

Globalização

O que é globalização? Globalização nos remete a economia, cultura, política de blocos hegemônicos e relações cotidianas.
Mário Tiberi, em seu texto, "Pobreza e Desigualdade nos Anos da Globalização, utiliza, assim, da definição de globalização econômica:                   '
..."Com o termo globalização, indica-se um fenômeno
econômico complexo em razão do qual o mundo todo
é/poderia/deveria ser um mercado único, no qual se
trocam mercadorias.
Para alguns países, a globalização é vivenciada
profundamente em todos os aspectos em que ela influ-
encia. Em outras localidades, ela acontece parcialmente
e, por último, em outras, ela está por acontecer, muitas
vezes como salvação para a economia local. O certo
mesmo é entendermos que a globalização é um processo que, para alguns, encontra-se num estado mais avançado, para outros, em desenvolvimento e, para muitos, no desejo
de que ela aconteça.
A globalização não acontece em todo o mundo e nem da mesma maneira.

Entende-se por globalização o processo de interligação econômica e cultural, em nível planetário, que ganhou intensidade a partir de 1980, devido sobretudo ao crescimento vertiginoso dos principais centros das sociedades modernas. O fenômeno decorre basicamente da expansão dos sistemas de comunicação por satélites, da revolução da telefonia e da presença da informática na maior parte dos setores de produção e de serviços, inclusive por meio de redes planetárias como a internet. Impulsionada por notáveis transformações tecnológicas e por uma onda de simpatia pelas teses ditas neoliberais, o fenômeno da globalização se consolidou com a queda dos regimes comunistas na Europa e a abertura econômica na China.
Quando pensamos na globalização cultural, fica mais fácil compreendê-la. Algum tempo atrás, viajar pelas cidades do interior do país era viajar em mundos totalmente diferentes.
A globalização cultural, no Brasil, teve na programação dos canais de televisão e, principalmente, na Internet papel decisivo para a reconstrução cultural dos nossos hábitos. Mesmo que a maioria da população ainda não tenha acesso à Internet, a transformação dos hábitos se generaliza pela sociedade. Com isso, não se vê mais diferenças regionais e locais tão significativas. As pessoas vestem as mesmas marcas, comem os mesmos sanduíches, falam as mesmas gírias, comentam os mesmos programas e notícias...
Internet, Google, Youtube, MSN e Orkut interligam as pessoas em todos os cantos do mundo. As fronteiras internacionais caem; no mundo virtual não existem barreiras, fazemos parte do mundo globalizado. Podemos acrescentar que a globalização provocou um modo novo de pensar, em que as pessoas pensam como rede, tudo está relacionado e integrado, mesmo para quem dela não se beneficia.

Globalização econômica e cultural interfere diretamente na vida cotidiana das pessoas, positiva ou negativamente?

Avanços tecnológicos são indiscutíveis, principalmente com a informatização de todo o processo produtivo, das comunicações, da medicina e sua engenharia, da segurança e muito mais. Mas toda a população mundial é beneficiada ou faz parte desse mundo globalizado?                                      

A globalização é um mecanismo ou processo "evolutivo" do sistema capitalista. Sistema este que, em última instância, visa ao lucro e por isso poucas pessoas fazem parte e muitas ficam de fora, pois não têm a capacidade de consumir.
No processo de internacionalização das empresas, a globalização econômica provoca fusões, que, na maioria das vezes, causam desemprego e uma maior desigualdade social.
O professor de economia, da UFBA, Paulo Balanço faz suas considerações:
"(...) A chamada globalização dos mercados apresenta-se como um sistema historicamente acabado, que se reproduz dentro de si mesmo preservando essa desigualdade indispensável à sua sobrevivência”.
Sendo a globalização um elemento estrutural do capitalismo, depreende-se que ela se faz presente desde quando a chamada fase da acumulação primitiva é deixada para trás e o capitalismo, ingressa na era de seu auto-desenvolvimento.

domingo, 27 de março de 2011

Capitalismo

Sistema econômico, político e social no qual os agentes econômicos (empresários), proprietários dos meios de produção permitem que esta produção seja comercializada num mercado, onde as transações são de natureza monetária.

Baseia-se em princípios como: 

* Propriedade privada dos meios de produção. 

 * A transformação das força de trabalho em mercadoria.
* A acumulação do capital . [O lucro é a diferença entre o custo de produção e o preço de venda do produto.

* A definição de preços é feita pelo mercado, com base na oferta e na procura

*A livre concorrência.

Origens:
Encontramos a origem do sistema capitalista na passagem da Idade Média para a Idade Moderna. Com o renascimento urbano e comercial dos séculos XIII e XIV, surgiu na Europa uma nova classe social : a burguesia. Esta nova classe social buscava o lucro através de atividades comerciais.
Fases:
         Primeira Fase : Capitalismo Comercial ou Pré-Capitalismo
Este período estende-se do século XVI ao XVIII. Inicia-se com as Grandes Navegações e Expansões Marítimas Européias, fase em que a burguesia mercante começa a buscar riquezas em outras terras fora da Europa.

     Segunda Fase : Capitalismo Industrial

No século XVIII, a Europa passa por uma mudança significativa no que se refere ao sistema de produção. A Revolução Industrial, fortalece o sistema capitalista e solidifica suas raízes na Europa e em outras regiões do mundo.

·         Primeiro estágio da era industrial: século XVIII
      Tecnologias que introduziram a máquina a vapor;
             Sistema de produção fabril com o padrão têxtil;

             Energia carbonífera;

·         Segunda revolução industrial: final do século XIX
             Transformação do ferro em aço;

      Substituição do vapor pela eletricidade;
      Utilização do petróleo como combustível,
      Principal ramo no século XX: a indústria automobilística;

·         Terceira revolução industrial ou tecnocientífica: década de 1970 do século XX          
Surgimento da microeletrônica, da transmissão de informação, a automação e a robotização dos processos produtivos.



As indústrias, utilizando máquinas à vapor, espalharam-se rapidamente pelos quatro cantos da Europa. O capitalismo ganhava um novo formato. Muitos países europeus, no século XIX, começaram a incluir a Ásia e a África dentro deste sistema. Estes dois continentes foram explorados pelos europeus, dentro de um contexto conhecido como neocolonialismo.
O subdesenvolvimento é o produto da má utilização dos recursos naturais e humanos realizada de forma a não conduzir à expansão econômica e a impedir as mudanças sociais indispensáveis ao processo da integração dos grupos humanos subdesenvolvidos dentro de um sistema econômico integrado. Circunstâncias históricas desfavoráveis, principalmente o colonialismo político e econômico manteve os chamados países do Terceiro Mundo à margem do processo da economia mundial em rápida evolução.
Terceira Fase : Capitalismo Monopolista-Financeiro
Iniciada no século XX, esta fase vai ter no sistema bancário, nas grandes corporações financeiras e no mercado globalizado as molas mestras de desenvolvimento. Podemos dizer que este período está em pleno funcionamento até os dias de hoje.





Decadência do Feudalismo


A crise do feudalismo trouxe um conjunto diverso de transformações ao mundo medieval.

A crise do feudalismo é um processo de longa duração que conta com uma série de fatores determinantes. Entre outros pontos, podemos destacar que a mudança nas relações econômicas foi de grande importância para que as práticas e regras que regulavam o interior dos feudos sofressem significativas transformações. Essa nova configuração econômica, pouco a pouco, influiu na transformação nos laços sociais e nas idéias que sustentavam aquele tipo de ordenação presente em toda a Europa.
O processo de decadência do sistema feudal tem origem nas próprias contradições inerentes a qualquer modo de produção. No século XI, com a necessidade de aumentar a produção de alimentos, os senhores feudais aumentaram a exploração sobre os servos, que iniciaram uma série de revoltas e fugas, agravando a crise já existente.

As cruzadas entre os séculos XI e XIII representaram um outro revés para o feudalismo, já que Jerusalém não foi reconquistada pelos cristãos e o cristianismo não foi reunificado, com as igrejas Católica Romana e Ortodoxa permanecendo separadas. A reabertura da navegação no Mediterrâneo entre Oriente e Ocidente (principal desdobramento das Cruzadas), resultou no crescimento de relações econômicas mais dinâmicas, representadas pelo Renascimento Comercial e Urbano.

O trinômio "guerra, peste e fome", que marcou o século XIV, afetou tanto o feudalismo decadente, como o capitalismo nascente. A Guerra dos Cem Anos (1337-1453) entre França e Inglaterra devastou várias regiões da Europa, enquanto que a "peste negra" eliminou cerca de 1/3 da população européia. A destruição dos campos, devastando plantações e rebanhos, trouxe a fome e a morte.

Nesse contexto de transição do feudalismo para o capitalismo (passagem da Idade Média para Moderna), além do desenvolvimento do comércio monetário, notamos transformações sociais, com a projeção da burguesia, políticas com a formação das monarquias nacionais, culturais com o antropocentrismo e racionalismo renascentistas, e até religiosas com a Reforma Protestante e a Contra Reforma. Nota-se ainda, o início do processo de expansão ultramarina, que abrirá os horizontes comerciais para os Estados europeus fortalecendo tanto a burguesia como os monarcas absolutistas.

sexta-feira, 11 de março de 2011

O fim do império Romano do Ocidente e o início da Idade Média


Olá turma, aí está uma contribuição para os seus estudos.

Estamos estudando um capítulo muito interessante da História, cujo tema é a Europa Medieval. Vimos em aulas anteriores que o Império Romano do Ocidente foi destruído após ser invadido pelos germanos, os quais eram chamados pelos romanos de bárbaros, povos que viviam em regiões da Europa Oriental. Observe o mapa abaixo e veja como ocorreram estas invasões.







Como você pode observar, os germanos se organizavam em diferentes grupos e cada um deles ocupou uma parte da Europa, onde antes, existia o Império Romano do Ocidente. Estas invasões puseram fim ao Império Romano do Ocidente,mas também marcaram o início de um novo período histórico denominado Idade Média ( séc. V - séc. XV).

A Idade Média foi marcada por profundas transformações, pois uma nova cultura surgiu, devido a fusão entre a cultura dos povos germânicos com a cultura romana. Esta nova cultura sofreu forte influência da religião Católica.
Durante as invasões bárbaras, os habitantes das cidades do Império Romano do Ocidente buscaram proteção nas propriedades rurais dos Patrícios. Com a fuga da maior parte das pessoas para o campo, ocorreu uma ruralização da sociedade, dando origem ao feudalismo.


O Feudalismo foi um tipo de organização política, social e econômica que caracterizou a Europa em boa parte da Idade Média.

A sociedade feudal era composta de três grupos principais:o clero, a nobreza e os camponeses (servos), e cada grupo tinha um papel específico na sociedade.

Assim, cabia ao clero rezar e assegurar a salvação; cabia a nobreza lutar e defender a população; e cabia ao camponês trabalhar para o sustento de todos.

Os cavaleiros nobres – senhores feudais- firmavam um contrato de vassalagem, que consistia num juramento de fidelidade entre suseranos e vassalos, onde os suseranos concediam o direito a um pedaço de terra (feudo) ao vassalo, e este jurava protegê-lo militarmente.



 

A sociedade na Idade Média estava dividida em estados, estamentos ou ordens. Estas divisões são assim chamadas pelo fato de que não há mobilidade social: se você nasce numa destas camadas, não importa o que aconteça com você ao longo da vida. Enriquecenr ou empobrecer, não vai fazer com que você pertença a outro grupo social. A posição social do indivíduo, então, numa sociedade estamental, é determinada pelo seu nascimento. Visualmente, fica assim:



Ou, mais simplesmente, assim:




A Igreja era a instituição mais poderosa da Idade Média. Economicamente, detinha 1/3 das terras européias. Na Idade Média, a terra era o bem mais valioso – veremos porque em seguida. Assim, podemos dizer que a Igreja era a instituição mais rica da Idade Média.





Outro fator que conferia poder à Igreja era a dominação cultural: a religião era fundamental em todos os aspectos das vidas das pessoas. Todos os ensinamentos e explicações para os fatos eram retirados da Bíblia, mas não pelas pessoas comuns, e nem mesmo pelos nobres. Isto aconteceu porque a maioria da população era analfabeta, e dependia dos padres para ler e interpretar os ensinamentos da Bíblia. Assim, verdade ou mentira, o que eles diziam que era, virava a coisa certa a fazer ou a pensar. Por isto se diz que a Igreja tinha o domínio cultural e ideológico na Idade Média.

A ideologia mais importante veiculada pela Igreja era a ideologia das 3 ordens, e foi proferida pelo bispo Adalberto de Laon. Ele dizia que a vontade de Deus era que a sociedade fosse dividida em 3 grupos: os que oram, os que guerreiam e os que trabalham. Estes 3 grupos coincidiam com os 3 grupos sociais que já vimos, da seguinte forma:
 


Deste modo, o único grupo que trabalhava era do 3º estado. Os demais (1º e 2º estados), tinham o direito, dado por Deus, de receber o fruto da produção do suor do trabalho do 3º estado.

A ideologia das 3 ordens, veiculada pela Igreja, acabava justificando a super exploração dos senhores feudais sobre os seus camponeses. O feudalismo tem este nome por ser um sistema que funciona à base de feudos.
Feudos são benefícios, ou privilégios concedidos a um nobre. O feudo mais precioso era a terra: da posse da terra os nobres retiravam vários outros benefícios.
Vejamos um esquema de um feudo:



 
- Terras ou mansos senhoriais: destinadas à produção para os senhores feudais;
- Terras ou mansos servis: destinada à produção dos servos (camponeses);
- Terras de uso comum: pastos e bosques.

O camponês era muito explorado: como vimos, os nobres senhores feudais, segundo a “vontade de Deus”, não trabalhavam, pois a sua função era fazer a guerra e proteger os demais. Então, quem trabalhava nos mansos senhoriais? Os camponeses. Eles tinham um acordo com os senhores feudais: alguns dias da semana cultivavam nas terras dos senhores (mansos senhoriais), em troca recebiam um pedaço de terra – mansos servis – para cultivarem também. A produção total recolhida pelo servo, ao final, ficava assim:

- tudo o que era produzido nos mansos senhoriais ia para o senhor; este pagamento era denominado “corvéia”; de 3 a 4 dias por semana, o servo era obrigado a cumprir diversos trabalhos como, por exemplo, fazer a manutenção do castelo, construir um muro, limpar o fosso do castelo, limpar o moinho, etc.

- do que era produzido nos mansos servis, era retirado um percentual (50%) para o senhor esse tributo era chamado de "talha";
- além disso, os servos pagavam dízimos para a Igreja (10% de sua produção);
- os servos pagavam para usar qualquer instrumento do senhor – fornos para assar o pão, e até mesmo o direito de atravessarem pontes – tributos denominados "banalidades".

em resumo: os camponeses viviam aprisionados em dívidas, de tantas taxas a que estavam submetidos. Pagavam mais do que comiam...
Veja o resumo na ilustração abaixo: